Moção CEPG de apoio a campanha da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) “CIÊNCIA PARA DESENVOLVER O BRASIL: REAJUSTE DAS BOLSAS JÁ!”
15/02/2022

O Conselho de Ensino para Graduados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CEPG/PR-2/UFRJ) apoia, por meio dessa moção, a campanha da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) “CIÊNCIA PARA DESENVOLVER O BRASIL: REAJUSTE DAS BOLSAS JÁ!”, e convida toda comunidade acadêmica da UFRJ a assiná-lo no sítio eletrônico.

Endossa-se a proposta da entidade acerca do reajuste de 70% no valor das bolsas CAPES a fim de, ao menos, corrigir a perda inflacionária nos últimos 9 anos, garantindo dignidade aos pós-graduandos para que possam dedicar-se exclusivamente ao trabalho de pesquisa. Endossa-se ainda o posicionamento da ANPG, encontrado no texto do abaixo-assinado, o qual damos ênfase aos trechos:

“A economia do Século XXI tem o saber como seu principal motor. (...) A Pandemia pela COVID-19 mostrou, de maneira trágica, que nenhum país pode prescindir do conhecimento tecnológico, da ciência e da solidariedade.

Nesse contexto, em que todo o mundo desenvolvido eleva a ciência, tecnologia e inovação à questão de soberania, o governo brasileiro, deliberadamente, desmonta seu Sistema Nacional de C&T e condena seu ativo mais precioso – as pesquisadoras e os pesquisadores que produzem conhecimento – ao abandono, ao desemprego e à pauperização.

Sem reajuste há 8 anos, as bolsas de estudo da pós-graduação perderam 60% do seu poder de compra. Uma bolsa de mestrado e de doutorado da Capes ou CNPq custa, respectivamente, R$ 1500 e R$ 2200 ao mês. Desde o último reajuste, em março de 2013, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, acumula 63,47% de alta. Isso significa que, caso as bolsas apenas fossem reajustadas para corrigir as perdas inflacionárias do período, os valores seriam R$ 2.452,10 para mestrandos e R$ 3.596,41 para doutorandos.

(...)

Não é razoável que um país das dimensões e potencialidades do Brasil, com uma economia de médio a grande porte, trate com tamanho descaso aqueles que são responsáveis por 90% da pesquisa científica produzida, justamente esses que podem ser a solução para tirar o país da prolongada crise econômica que infelicita a nação. Diante desse quadro, a falta de oportunidades e de perspectivas tem agravado sobremaneira o fenômeno da fuga de cérebros – ou seja, nossos talentos, formados com recursos nacionais, são obrigados a deixar o país e a contribuir com a produção científica de outros países.

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) acredita na ciência como vértice para a reconstrução nacional, por meio de um projeto nacional de desenvolvimento que aproveite as potencialidades do país, retome um programa industrial baseado em tecnologia de ponta e inovação, enfim, que traga de volta a perspectiva de progresso e bem-estar para nossa gente.

Há uma oportunidade ímpar para reverter a política de desmonte a partir da destinação dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que por lei não podem mais ser contingenciados, para duas questões essenciais e complementares: projetos estratégicos na área de C&T e o imediato reajuste das bolsas de estudos das pesquisadoras e pesquisadores brasileiros.

Fonte: Secretaria do Conselho de Ensino para Graduados- CEPG