Ronaldo Mota, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do ministério, afirma que ampliar a capacidade inovativa do país é prioridade da nova gestão.
Mantido à frente da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do Ministério da Ciência e Tecnologia, o físico Ronaldo Mota disse ao JC que os programas e instrumentos voltados ao estímulo à inovação no país serão fortalecidos nesta nova gestão.
Segundo o secretário, o ministro Aloizio Mercadante reafirmou que inovação será uma das prioridades centrais na política por ele definida.
"Nossa missão, seguindo a orientação do ministro, será enfrentar o paradoxo de um país que produz conhecimento em bom nível, mas que, no entanto, ainda demonstra uma excessiva timidez em transferir esse conhecimento ao setor produtivo", explicou Mota, por e-mail.
O secretário garantiu que o ministério está atento aos dois principais motivos responsáveis pela baixa taxa de inovação do país: falta de cultura inovativa no ambiente empresarial e pouca articulação das políticas industrial e de CT&I, apesar dos esforços recentes.
Entre as ações previstas está o estímulo à subvenção econômica (que viabiliza recursos não reembolsáveis às empresas inovadoras), por meio de três iniciativas: editais nacionais da Finep, o Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe) e o Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime), as duas últimas em parceria com os estados.
Além disso, o governo pretende fortalecer ações de apoio à inovação por meio de operações reembolsáveis, com os programas Inova Brasil e Juro Zero, da Finep, e as linhas de financiamento do BNDES.
Mota afirma que o ministério dedicará especial atenção aos Núcleos de Inovação Tecnológica - NIT, fortalecendo os existentes e estimulando o estabelecimento de novos onde forem necessários. Segundo o secretário, o ministro Mercadante tem demonstrado especial interesse pelos parques tecnológicos e pelas incubadoras de empresas, demandando especial atenção no acompanhamento e no estímulo a essas iniciativas.
O Programa RHAE, que estimula a participação de pesquisadores nas empresas, também será fortalecido, garantiu Mota. A interação entre universidade e empresa é outro foco de ação do MCT, por meio do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec).
"Entendo que ele [Programa Sibratec] continuará a ser uma prioridade nesta gestão, fomentando a imprescindível interação universidade-empresa", disse. Atualmente, fazem parte do programa 56 redes de grupos e núcleos de P&D articuladas nacionalmente (14 redes de centros de inovação, 20 de serviços tecnológicos, e 22 de extensão).
Para Mota, existem sinalizações claras de que, no presente e no futuro, inovação continuará a ser, cada vez mais, uma prioridade bem estabelecida da política governamental, em todos os níveis.
"Da mesma forma, e seguindo o mesmo ritmo, os empresários vêm gradativamente incorporando o conceito de inovação nas suas agendas de investimentos, contribuindo para tornar nossas empresas mais competitivas, lucrativas e em condições de conquistar novos mercados. Assim, 2011 será um ano crucial para consolidar a articulação da política de desenvolvimento produtivo com a política de ciência, tecnologia e inovação, bem como fortalecer os estímulos à formação de uma nova geração de empresários empreendedores em tecnologia", concluiu o secretário.
(Daniela Oliveira, do Jornal da Ciência)